Milhões de pessoas já haviam visto o filme. Seus amigos não paravam de comentar. Um dos maiores campeões de bilheteria, e ele não poderia perder. Ainda mais porque veria o filme acompanhado.
Escolheu uma camisa que havia ganhado a uns dois anos, meio larga, mas que adorava, e saiu para o cinema com aquele cabelo de sempre, que há muito tempo não via uma tesoura, ou nem mesmo um pente.
No cinema encontra por acaso muitas pessoas que conhece por sua cidade ser um “ovo”, como muitos falam. Encontrando uma ex-namorada que há muito tempo não via ela pergunta com quem ele veria o filme.
_Vou ver o filme acompanhado!
Ele respondia, e encontrava uma amiga simpaticíssima de quem gostava muito e ela perguntava se estava acompanhado.
_Não, mas verei o filme acompanhado!
Ele respondia animado.
Foi um dia de encontros inusitados, mas enfim não importava, ele veria finalmente o filme, aquela grandessíssima película que já havia esperado há muito tempo para ver. Uma obra cinematográfica, dessas que não se pode deixar de ver na grande tela e com um maravilhoso som. Sem comentar que veria o filme acompanhado. Ora, porque além de tudo era também um filme de se ver acompanhado!
No escurinho do cinema lá estava ele. Ouvindo sussurros, gargalhadas, comentários de sua companhia. Ao ver o filme parecia sentir as mesmas coisas que o mocinho. Chorava, pulava da cadeira, e se assustava.
Ficou muito satisfeito, e foi embora, feliz, por ter visto aquela grande produção. Deixando para traz a sua grande companhia.
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